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Rezem e Eu moverei os corações

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Amadurecer é assumir responsabilidades

       
A vida humana é tecida por decisões. Desde o primeiro instante da concepção é imposto  à  existência humana uma série de decisões,  estas podem ser acolhidas com liberdade, resistidas ou ignoradas.

        Qualquer uma dessas posturas terá consequências profundas na vida da pessoa levando-a a crescer em sua personalidade ou tolhendo-a. Da mesma forma que se pode dizer que uma pessoa é aquilo que come, é possível também dizer que uma pessoa é aquilo que decide ser, através de suas opções livres. No desenrolar desse processo na vida daqueles que optam por uma vocação específica, seja ela: Sacerdotal, Matrimonial ou Celibatária.
  • Hoje é “comum” deparar com pessoas que assumiram tais vocações e as assumem com grande alegria e entusiasmo por toda a vida e, de repente, as vezes situações novas surgem na vida e que põe em descrédito toda decisão tomada anteriormente. Assistimos com isso, pessoas que nem admitia questionamentos quanto a sua decisão de vida, voltar atrás com muita facilidade e até parece estar totalmente alienada quanto aos compromissos assumidos. Reportando iter vocacional  esse deveria acontecer de modo natural, sem cindir com a estrutura da pessoa e não criar colisões com a história de vida, pois dessa se espera  certo grau de liberdade e disposição em caminhar por novas estradas, em outras palavras, não tenha medo de crescer e em deixar-se amar.
        Crescer implica em amadurecer e ninguém amadurece sem assumir responsabilidades, consigo e com os outros. Em nosso caso, como vocação espera-se que a pessoa vocacionada desenvolva sua vida e a integre de forma generosa dentro da Vocação através da acepção da proposta apresentada através  das quatro relações, isto é, a relação com Deus, consigo, com os outros e com as coisas.
        Nesta perspectiva, uma pessoa que em sua caminhada conseguiu integrar  sua história de vida, aceitando e amando sua pequena, mas bela experiência; pode-se dizer que é alguém apto a desenvolver em profundidade essas quatro relações.
Como então realizar tal integração? A Comunidade a partir de sua experiencia no campo da formação aprecia a história de vida da pessoa em cinco dimensões que são: a dimensão pessoal, familiar, religiosa, profissional e social. Sendo uma pessoa que de fato deseja obter uma real liberdade, precisa percorrer sua trajetória existencial acolhendo-a e aceitando tudo como de fato aconteceu sem mascarar fatos ou posições. Ao realizar tal processo é possível identificar nessa pessoa certo grau de liberdade consigo e ao mesmo tempo apta a ser inserida no processo formativo  e isso pode iniciado a partir  da proposta das relações. Caso contrário seria interessante essa pessoa buscar profissionais que possam lhe ajudar a desatar certos nós que encontram em sua personalidade, pois alguém sem este tipo de aceitação não é livre e por isso, incapaz de se comprometer tanto com uma causa ou com pessoas.
        Frente a tudo isso deparamos hoje  com o fruto de uma sociedade, fragmentada, individualista, capitalista e em busca de suas ‘vontades’, que forja um ser humano capaz de eternizar momentos, mas ao mesmo tempo incapaz de se comprometer com causas perenes. Contradições como essas nos mostram um ser humano muito frágil e totalmente voltado para si e para o aqui e agora, mas em contrapartida incapaz de pensar no outro; capaz de relacionar-se com mil pessoas, mas que não firma compromisso com nenhuma.
        O processo educacional,  seja ele religioso ou acadêmico deveria levar a pessoa a assumir compromissos consigo, com o Transcendente, com os outros e com as coisas.
        Portanto, não existe amadurecimento da personalidade sem um real e efetivo comprometimento com aqueles que estão ao redor, na esfera cristã percebe-se que o mesmo Deus que atrai a pessoa, a empurra para si mesma e para o outro, construindo a partir de então uma sociedade de iguais e de pessoas altamente comprometidas com ideais que ultrapassam a singularidade  e desenvolvem a comunidade solidária, em outras palavras a “Civilização do Amor”.

José Omar Rodrigues Medeiros
Fundador da Comunidade Betel

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